"Mediunidade e a Alimentação
A entidade espiritual de Umbanda requer de seu médium obediência as regras disciplinadoras do bom comportamento mediúnico.
No processo da incorporação, quanto mais o médium conseguir se entregar à boa concentração mais possibilidade ele tem de realizar um excelente trabalho espiritual.
Para tal situação é preciso também que o aparelho mediúnico esteja em ótimas condições orgânicas e fluídicas. Outro fator importante quanto a incorporação é a inexistência do fluído vital do médium, bem como, a doença, a anomalia orgânica, ambos motivos constituem empecilhos e dificulta a incorporação do espírito-protetor em relação ao aparelho receptor.
Da alimentação
Em geral alguns umbandistas não dão muita atenção aos seus hábitos alimentares, e não seguem um regime de refeição saudável e ao mesmo tempo adequada para os dias de trabalho espiritual.
O médium que serve de aparelho para o Guia curador na Umbanda precisa obedecer, por força da doutrina espiritual, entre outras coisas, a mudança do hábito de se alimentar.
Para tal situação, ele deve escolher o tipo de alimentação mais apropriada e menos nociva à saúde.
Nesse sentido, o sistema vegetariano de alimentação pode ser adotado (não de forma total), porque permite a ingestão apenas de cereais integrais, frutas e produtos de soja fermentada, tudo cozido a vapor, além de frutos do mar, peixe, ovos e laticínios. É uma espécie de alimentação isenta de qualquer tipo de carne vermelha ou qualquer outro alimento de origem animal. Assim, também, como a macrobiótica que produz uma combinação de produtos alimentares no organismo humano causando uma fonte de energia, visando equilíbrio dos polos, YIN e YANG, com o objetivo de manter a saúde do corpo e do espírito. Mente sã em corpo são.
Em dias de sessão não ingerir alimentos de difícil digestão e provocadores de toxinas. Proibido uso de gordura que provem de animal, principalmente, as frituras e alimentos muito salgados. Não se deve usar a pimenta, em especial a do reino, cominho, noz moscada, vinagre, qualquer tipo de condimento e alguns temperos ácidos.
Não utilizar em suas refeições peixes, frangos, carne de boi... assim como qualquer tipo de carne, ou derivados, como presuntos, hambúrguer, etc.
A alimentação mais leve e recomendável é de qualquer tipo de sopa; massas em pequena quantidade; mingau; saladas de legumes e hortaliças; além das frutas; doces; e bolos.
O alimento pode ser cozido ou cru, mas sempre fresco em pouca quantidade e bem mastigável.
Deve ter pelo menos quatro a cinco horas de antecedência das sessões espíritas.
Para facilitar a digestão o médium deve ingerir, após as refeições, chá de cidreira, capim limão, camomila ou hortelã.
Da bebida
Nenhuma espécie de bebida alcoólica deverá ser ingerida pelo médium, nas 24 horas que antecedem os trabalhos espirituais.
Dessa forma, são proibidas as seguintes bebidas:
Cachaça; conhaque; licor; champanhe; cerveja; vodka; batida; coquetel; refrigerante etc.
É permitido beber:
Suco, vitamina, leite, água de coco, iogurte, água mineral de preferência sem gás.
Compartilho um texto para reflexão escrito pela psicoterapeuta Maísa Intelisano
MEDIUNIDADE, VIDA FÍSICA E ALIMENTAÇÃO
Todo médium é um ser encarnado e, como tal, tem um corpo físico e uma vida material para cuidar, além da espiritual.
O corpo físico é apenas uma máquina, é um empréstimo, é temporário, mas é uma extensão do espírito e deve durar o tempo suficiente para o cumprimento da tarefa a que ele se dispôs aqui na Terra, inclusive a mediúnica.
Dessa forma, exige dele certos cuidados práticos que não podem ser negligenciados, a fim de que não se comprometa o seu plano de encarnação, nem a sua tarefa como médium.
Sendo assim, a vida material é intrínseca à encarnação e implica certos cuidados “mundanos” que não podem ser deixados de lado, para que não venha causar preocupações e desgastes desnecessários, comprometendo tanto o seu plano encarnatório, como sua tarefa médiúnica.
Para cumprir essa tarefa, ele precisa estar bem como ser encarnado, do contrário não poderá atender satisfatoriamente às exigências e condições do trabalho com os espíritos.
É preciso que o médium se lembre de que sua vida física é parte integrante e importante de sua vida espiritual e não pode ser separada, isolada, anulada, negligenciada ou ignorada, para que o seu próprio espírito não se prejudique com isso.
É como diz Wagner Borges, em seu livro Falando de Espiritualidade:
“Não fuja da vida humana normal.
Deus está em tudo e o plano extrafísico interpenetra a dimensão humana.
Logo, a energia divina também está na vida natural de todos.
Sexo também é energia!
Alimente-se adequadamente.
Passeie num parque. Veja a criançada brincando alegremente e a grama verdinha.
Às vezes, há mais espiritualidade e energia em um ambiente desses do que em muitos grupos espiritualistas.
Tenha um relacionamento saudável com as pessoas.
O corpo é o templo da alma, mas é o espírito que dá brilho e movimento a esse templo.
Portanto, brilhe espiritualmente nesse “templo-corpo”.
Viva de maneira normal e encha todos de Luz!”
Alimentação
Bastante discutidos, os alimentos interferem diretamente sobre a qualidade das energias que trazemos em nosso duplo e em nossa aura, afetando, consequentemente, também o nosso psicossoma.
Sendo a mediunidade uma hipersensibilização energética provocada em nosso perispírito antes da nossa encarnação, e sendo esta hipersensibilização transferida para o corpo físico no momento do reencarne, é natural que o organismo do médium seja ainda mais sensível às energias dos alimentos do que a média das outras pessoas. Considerando ainda que o perispírito, o duplo e a aura são os principais elementos de contato do espírito comunicante com o médium, como se fossem “órgãos do sentido mediúnico”, natural que qualquer coisa que interfira na sua vibração, tornando-a mais lenta e mais densa e que deixe suas energias mais “pegajosas” ou “oleosas”, interferirá diretamente também no seu grau de sensibilidade, dificultando a percepção e a sintonia do médium com as entidades desencarnadas, especialmente as mais elevadas, cujo padrão vibratório é mais intenso e sutil.
É por este motivo que o médium deve ter atenção especial à sua alimentação, evitando tudo aquilo que exija esforço exagerado do organismo para ser digerido e também aquilo que, com o tempo, ele perceba que não lhe faz bem ou prejudica o seu trabalho de intercâmbio, amortecendo sua sensibilidade mediúnica e energética, especialmente no dia de trabalho ou de reunião. Por se tratar de algo individualizado, não há regras ou receitas prontas e cada um deve estabelecer o que melhor lhe convém em termos de alimentos, procurando observar suas próprias reações físicas, psíquicas e espirituais a cada um deles, lembrando sempre que estas reações podem mudar, e muito, com o tempo, à medida que sua sensibilidade for aumentando ou mudando. De qualquer forma, existem, como já dito inúmeras vezes, alguns alimentos que a experiência de vários médiuns e trabalhadores espiritualistas indica como prejudiciais à sensibilidade mediúnica, por terem características energéticas mais densas ou excitantes. Esses alimentos são as carnes vermelhas, os grãos mais gordurosos (amendoim, amêndoas, nozes, etc.), café, chocolate e alguns chás (por serem estimulantes ou excitantes); e os doces (em excesso) que devem ser evitados, pelo menos nas 24hs que antecedem o trabalho mediúnico ou energético. Isto, sem falar, é claro, do álcool e do tabaco, em geral.
Além disso, o médium deve ter sempre a preocupação de manter uma alimentação o mais equilibrada possível, variando bastante os alimentos, para garantir também uma variedade suficiente de nutrientes físicos e energéticos que possam atender a todas as suas necessidades, garantindo também a sua saúde física e energética.
Todo esse cuidado, porém, não deve impedir que o médium leve uma vida normal, usufruindo, equilibradamente, de tudo o que a vida material oferece. Os prazeres materiais, quando experimentados com equilíbrio, podem até ajudar o médium a manter-se mais centrado, não permitindo que perca o contato com o mundo físico, que também é o seu mundo, ou que é, no momento, o mundo que lhe toca mais de perto. E entre esses prazeres materiais, está, inclusive, o consumo de tudo aquilo que citamos acima, de forma equilibrada, consciente e sensata, sem exageros, sem culpas e sem medo, já que um médium nunca será melhor apenas porque aboliu completamente o álcool ou a carne vermelha de sua alimentação, por exemplo, mas pelos sentimentos que tem por estas coisas e por tudo o que a vida, como um todo, lhe proporciona e oferece.